quarta-feira, 29 de junho de 2011

Decisão: dar ou não a chupeta?


Pacifier significa pacificador. É o termo usado para definir chupeta em inglês. A chupeta pode ser um ótimo recurso para acalmar tanto o bebê quanto a mãe. Pode evitar que situações de choro se prolongue.
Mas você se lembra de ter visto em algum lugar propaganda de chupeta? Não, né? E por uma razão simples: é proibido. Mesmo assim toda mãe sabe onde comprar e como usar a chupeta.

A razão desta proibição é que o uso do artifício pode atrapalhar a amamentação. O objetivo é tentar evitar o desmame precoce, já que o uso de chupetas muitas vezes faz com que a criança deixe de mamar no peito - ou não aprenda corretamente a mamar no peito no caso dos recém-nascidos. 

No início, a maioria das mães tem leite suficiente, mas com o tempo, o bebê o sugará menos (pois o ato de sugar é transferido para a chupeta), o que resultará em menor saída do leite e a mãe tenderá a produzir cada vez menos leite, uma vez que a quantidade de leite produzido pela mãe depende muito do estímulo do bebê.

Além disso, a posição da língua na amamentação é diferente da posição de quando se suga a chupeta. Como sugar a chupeta é mais fácil, na hora da amamentação o bebê colocará a língua na posição da sucção da chupeta e pode não conseguir retirar o leite, chorando de fome e rejeitando o peito.


Decisão: dar ou não a chupeta?

Alguns pais ficam em dúvida de oferecer ou não a chupeta ao bebê. Pais e avós incentivam, médicos, fonoaudiólogas e dentistas contra-indicam, e a jovem mãe se pergunta... e agora? Fique tranquila, você não é a única e não está sozinha, estamos aqui para orientá-la.

Como normalmente toda fonte de prazer gera estabilidade e relaxamento, a sucção não nutritiva (uso da chupeta) é utilizada na tentativa de deixar o bebê mais tranqüilos e quietos.
A função calmante da chupeta se dá porque a criança, quando nasce, apresenta o reflexo de sucção e sugar dá prazer à criança, por isso a criança se apega tanto à ela – e aí que está o perigo.  Mesmo sabendo que pode trazer problemas futuros para a criança, muitos pais incentivam seu uso, até mesmo em crianças que não querem.
Especialistas no assunto dizem que os reais benefícios do uso da chupeta são maiores para os pais do que para os próprios bebês. A chupeta é um recurso utilizado para facilitar o dia-a-dia de quem cuida do bebê, geralmente a mãe. Muitas se utilizam deste artifício, na tentativa de diminuir seu sofrimento e angústia, por não conseguir compreender o que está acontecendo com a criança. Entendo perfeitamente essa dificuldade das jovens mães, mas tenho que concordar com os especialistas.

Algumas mães, vendo que seus filhos têm grande necessidade de sugar acabam achando mais prático oferecer uma chupeta para os seus filhos ao invés de tentar entender o que ele está querendo expressar através do choro.
É importante lembrar que o choro da criança deve ser compreendido e interpretado principalmente nos primeiros meses de vida. Neste período esta é a única forma de comunicação utilizada pelo bebê para expressar suas diferentes emoções. 


Fique atenta, pois ao utilizar a chupeta para parar o choro de filho, muitas vezes, você poderá deixar de suprir alguma de suas necessidades. Preste atenção na forma de comunicação do seu pequeno.




Decidi dar a chupeta, quais as recomendações?

Muitos pais querem saber qual a melhor época para iniciar o uso da chupeta. Orientamos que os pais esperem um pouco para introduzí-la até que seu bebê esteja mamando bem e ganhando peso, em torno de 3 a 4 semanas de vida. Mas antes de criar esse hábito no seu bebê, é bom você conhecer um pouco mais sobre o assunto e estar ciente não só do seu efeito tranquilizador, mas também do lado B do uso da chupeta, dos efeitos colaterais e das dificuldades para retirar o hábito das crianças mais tarde.




Você também deve estar ciente que chupar chupeta em excesso pode fazer o bebezinho engolir mais ar, causando gases e cólicas. Infecções, devido a germes presentes na superfície da chupeta, também podem aparecer com maior frequência nessas crianças, principalmente nos bebês mais novos – neles o sistema imunológico ainda não está completamente formado. Mantenha-a sempre muito limpa.
Não vale a pena utilizar uma chupeta para suprir a necessidade de sucção do bebê. As chupetas, sendo ortodônticas ou não, acarretarão problemas de saúde para a criança, em maior ou menor grau. Ao sugar o bico artificial o bebê vai acabar adquirindo uma postura da língua e da boca diferente da que possuía quando sugava os seios da mãe. Deste modo, a criança pode perder reflexos e a facilidade para mamar no peito, que exige certo esforço.



O grande problema da chupeta está no uso constante e a longo prazo: pode levar a alterações sérias nos ossos maxilares e dentes. O mais comum são as crianças apresentarem a mordida aberta: sobra espaço entre os dentes de cima e de baixo, no local que a chupeta costuma encaixar, na frente ou na lateral. 


Mordida aberta aos 2 anos
Mordida aberta e cruzada aos 9 anos


     
Mordida aberta e cruzada aos 7 anos
Algumas crianças também podem ficar com a mordida cruzada, que é o estreitamento dos ossos da maxila, quando a arcada superior fica mais estreita que a inferior, por consequencia da posição errada que a lingua “aprende” a ficar com o uso da chupeta.

Os prejuízos que a chupeta pode causar podem ser amenizados se ela for oferecida ao bebê apenas poucas horas do dia e se o vício for retirado cedo. Além disso, na hora de escolher a chupeta há algumas caracteristicas que devem ser observadas...


Como escolher a chupeta

O material da chupeta pode ser látex ou silicone.
As chupetas com bico ortodôntico oferecem um ajuste anatômico melhor entre a língua e o céu da boca, são as mais indicadas. No entanto, essas adaptações não garantem um posicionamento adequado de lábios e língua, no repouso. A presença constante da chupeta dentro da boca inevitavelmente favorece a permanência dos lábios entreabertos e a língua mais rebaixada e anteriorizada. Quanto mais aberta a boca do bebê ficar enquanto está com a chupeta, mais prejudicial ela é. 
Bico ortodôntico - recém-nascidos
Bico ortodôntico


As chupetas que causam mais problemas para a criança são as que apresentam a ponta redonda. Estas são as mais utilizadas pois são aceitas com maior facilidade pelos bebês. O seu uso não é recomendado uma vez que acarreta uma alteração muito grande do palato e a boca do bebê fica muito "aberta" durante seu uso. Isso 'ensina' o bebê manter a boca mais aberta mesmo quando está sem a chupeta (favorece respiração bucal). 

As chupetas que causam mais problemas para a criança são as que apresentam a ponta redonda. Estas são as mais utilizadas pois são aceitas com maior facilidade pelos bebês. O seu uso não é recomendado uma vez que acarreta uma alteração muito grande do palato e a boca do bebê fica muito "aberta" durante seu uso. Isso 'ensina' o bebê manter a boca mais aberta mesmo quando está sem a chupeta (favorece respiração bucal).
Não prenda a chupeta com fralda ou correntes mais pesadas. Isso faz a ponta da chupeta ficar pesada, o que pode forçar a arcada dentária para frente, acentuando mais ainda os problemas dentários que as chupetas podem causar.
A higienização correta e constante da chupeta é fundamental.

Bico redondo
Bico redondo


Como limpar

A chupeta da embalagem deve ser esterilizada com água fervente, conforme orientação do fabricante. Quando o bebê é recém-nascido deve ser passada em água fervente várias vezes ao dia, pois o bebê tem seu sistema imunológico pouco desenvolvido e a chupeta pode colocá-lo em contato com vários germes causadores de infecções, febre, diarréia, etc. Quando a criança é maiorzinha, a água corrente é suficiente e, uma vez ao dia, deve ser passada em água fervente. Use apenas sabão neutro durante as lavagens – pode ser usado o sabonete glicerinado neutro, aquele mesmo indicado para o banho dos recém-nascidos. O ideal é ferver a água, desligar o fogo, deixar a chupeta submersa por, no máximo, 5 minutos.
A chupeta tem prazo de validade – esse tempo pode variar conforme o fabricante. Em geral, ela deve ser substituída todos os meses. Depois desse tempo, os materiais perdem as propriedades iniciais e podem trazer riscos à segurança do bebê.

Decidi não dar a chupeta, tem algum problema?

É cada vez maior o número de bebês que não usa chupeta no Brasil. É o que revela uma pesquisa recente do Ministério da Saúde. Em uma pesquisa que ouviu pais de 118 mil crianças com até um ano de idade em todo o país mostrou que o uso da chupeta caiu 26% nos últimos 9 anos em todo o Brasil.
Fonte: Ministério da Saúde
Para os especialistas, a redução representa menos problemas de saúde no futuro: “os bebês que não usam chupeta tem menor propensão a desenvolver problemas dentários e respiratórios”.
A odontopediatra da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Branca Heloísa, explica que a chupeta não é recomendada. Ela alerta que a única circunstância em que um odontopediatra sugeriria o uso de chupeta seria no caso de crianças que chupam o dedo. “Nesse caso, a chupeta seria introduzida para substituir o dedo porque, geralmente, é mais difícil remover o hábito de chupar dedo do que remover o hábito de chupar chupeta”, afirma.

Que outros recursos uma mãe pode utilizar para acalmar a criança que não a chupeta?



Sugar é prazeroso e calmante. Uma atividade tão natural que os bebês cultivam mesmo antes de nascer. A sucção já está presente entre a 17a e a 24a semanas de vida intrauterina. Esse reflexo é importante para o recém-nascido, principalmente, para que ele possa se alimentar logo após nascer. Por isso o bebê apresenta a necessidade de sugar instintivamente, e esta deve ser suprida pela amamentação e contato com a mãe, sem a necessidade da utilização de bicos artificiais.

Por meio da amamentação, o bebê é alimentado não somente com o leite materno, mas também com o conforto, carinho e amor da mãe, e nada consegue substituir esse contato materno. Tudo isso dá muito prazer ao bebê, não só o ato de sugar. A chupeta pode vir a ser uma forma de prolongar o prazer e o conforto da presença materna, mas não substitui a mãe. 
Mas se a mãe utilizar a chupeta para encurtar o tempo da mamada e evitar seu contato prolongado com o bebê, isso pode ser muito problemático. Se utilizá-la para manter a criança quieta a qualquer custo, calar sua fala, pode inclusive ter consequências psicológicas e patológicas bastante sérias.

O fim da paixão

No início, os pais podem se apaixonar pela chupeta tanto quanto seus filhos, mas a fase da lua de mel não dura para sempre.
Por volta do final do primeiro ano, o lado negativo das chupetas aparece. Aos 2 anos de idade, crianças falando frases completas com a chupeta na boca, começam de fato a preocupar os pais.
Algumas vezes os adultos culpam e brigam com as crianças, as castigam, as fazem chorar, causam um grande sofrimento nas crianças por causa de um hábito que eles mesmos ensinaram e insistiram. Muita conversa, muitas lágrimas, muitas tentativas, dúvidas, angústias... “E agora, o que fazer doutora? Meu filho não quer largar a chupeta por nada e seus dentinhos já estão ficando tortos! O que devo fazer? ” – nos perguntam frequentemente no consultório.

Quando tirar a chupeta

A maioria dos pediatras acredita que a idade correta para tirar a chupeta é com 2 anos, quando a chupeta passa a ser um obstáculo para o desenvolvimento da fala. Pela minha experiência como mãe e profissional da área, acredito que, quanto mais tempo passar, mais difícil será remover este ou qualquer outro hábito. O ideal seria entre 1 e 2 anos de idade, mas com muito cuidado para que a criança não a substitua pelo dedo, que seria muito mais prejudicial.
O maior problema da chupeta está no seu uso indiscriminado, principalmente após os 2 anos. A partir dessa idade alterações mais sérias na musculatura da boca, posição da lingua e dentes já podem ser observadas. Estas alteraçõem também favorecem a respiração bucal (o correto é a respirar pelo nariz).
O mais importante é os pais controlarem a ansiedade e oferecerem menos a chupeta. Devem reduzir o uso ou até limitar para a hora de dormir. Há casos em que os pais se acomodam com o ‘conforto’ que a chupeta dá e não percebem o crescimento dos filhos.

Como aposentar a chupeta?


Há várias estratégias para acabar com o 'vício'...  vai depender da idade da criança e seu grau de entendimento. 
Na hora dos passeios, explique à criança que a chupeta fica em casa.
Usar apenas na hora de dormir ou quando a criança estiver doente.
Deixe o pai tentar - Pode ser mais fácil para o pai ajudar a criança a parar de usar.
Avise a escola, a creche, os tios e avós para que todos possam colaborar nessa etapa e incentivá-la.
Não coloque substâncias amargas ou fortes (pimenta, mostarda) na chupeta para a criança largar o hábito. A chupeta dava prazer. Não deve virar punição.
Use a imaginação. Uma alternativa é levar a criança ao zoológico e dizer que o filhote de girafa nasceu e precisa da chupeta. Outra alternativa é chamar a “fada da chupeta” para que ela leve o objeto embora e deixe um presente como substituto.
É muito importante que a retirada da chupeta não coincida com outros momentos marcantes na vida do bebê, como a chegada de um irmão, mudança de cidade ou início da vida escolar.
É importante que ocorra numa fase em que a criança já esteja envolvida em outras atividades e interesses, pois assim o bico passa a ter um papel secundário. Muitas crianças aceitam trocar o objeto por um brinquedo, por exemplo. Alguns pedem para destrocar na hora de dormir, mas esta é a hora dos pais serem firmes.


Idade da criança
Independente da idade, nunca estimule o uso da chupeta durante todo o tempo, senão será mais difícil removê-la depois.
Antes dos 2 anos: Ir diminuindo seu uso aos poucos até chegar ao ponto de usar a chupeta só para dormir. Quando a criança adormecer, retirá-la da boca. Ir diminuindo seu uso gradualmente.
Após os 2 anos: Nessa idade a criança começa a entender. Converse com ela. Conte a estória da fada, que vem à noite para tomar as chupetas, deixando um grande presente. Existe também a possibilidade de levar a criança para uma loja de brinquedos para “negociar” seu vício por um brinquedo de criança grande. O mais recomendado é explicar que agora ela cresceu. Estimule a criança para que seja ela própria a doar ou jogar fora a chupeta
Após os 4 ou 5 anos: Nessa idade normalmente já há alterações na posição dos dentes. Faça uma avaliação com o dentista-ortodontista e veja se há necessidade de um tratamento ortodôntico preventivo, com aparelho móvel. Há alguns modelos específicos para esse tipo de problema e que podem ajudar seu filho a parar de chupar a chupeta (ou dedo). Mas atenção, crianças mais velhas que ainda usam chupeta podem necessitar de acompanhamento multidisciplinar, com o ortodontista e também com psicólogo. Na maioria das vezes o problema maior é com a mãe ou cuidador da criança – pode ser o indício de algum tipo de carência emocional ou outros problemas. É bom ficar atento.


O importante é ter paciência e aguentar o choro, o que é a parte mais difícil, sem dúvida. É o seu bebê pedido aconchego. Noites difíceis virão, mas seja firme. A vida sem chupeta é possível. Mas se você ainda não a ofereceu ao seu bebê, esteja ciente que não temos como prever o quanto seu bebê irá se apegar à chupeta. Se decidir dar a chupeta, use com moderação e por poucos meses. Qualquer dúvida estaremos aqui para ajudá-la.

Baseado na Revista Pais & Filhos, conhecimentos acadêmicos e na minha experiência pessoal como mãe.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dores na coluna podem se originar na boca?





A coluna vertebral envolve uma série de nervos, tendões, músculos e ligamentos que doem quando há algo errado. Entretanto, as pessoas dificilmente relacionam essas dores à problemas bucais. 
A região da nuca (coluna cervical) é submetida à pressão durante todo o tempo, em todas as direções, com o peso da cabeça, posturas de trabalho e atividades de vida diária. A  ATM (articulação próxima ao ouvido que faz os movimentos da boca) e os ossos do crânio também podem excercer pressão sobre a coluna cervical.




Estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos mostram a forte relação entre a postura corporal com atividades vitais como respiração e, principalmente, tipo de alimentação. 


Mastigar bem os alimentos produz um relaxamento da musculatura. Uma dieta equilibrada, que contenha também alimentos mais duros, grãos e fibras, ajuda a reforçar a tonicidade de todos os músculos da mastigação. Isto acaba prevenindo os problemas relacionados à ATM (articulação temporomandibular). A falta de mastigar alimentos mais duros, aliada a problemas no encaixe dos dentes, resultam em problemas de mordida que quase sempre geram uma disfunção na ATM. 


Pacientes que apresentam uma alteração na ATM geralmente relatam a presença de ruídos articulares, dor nos músculos que envolvem a cabeça ou nas articulações, desvios na mordida e/ou limitação na abertura da boca. A sucessão de mordidas erradas, desgastes e compensações, durante toda a vida, faz com que o corpo tente se adequar, nesse caso negativamente. Articulações, músculos e ossos sofrem um tipo de compensação ao longo dos anos, o que pode resultar em dores na coluna cervical




O que a ATM tem a ver com as dores na coluna? 


Disfunções na ATM podem provocar problemas na coluna cervical e vice-versa. Quando a oclusão (mordida) não é correta, a mandíbula se desvia lateralmente para fazer o ajuste e compensar o desequilíbrio. Como resultado, temos uma mordida desalinhada e a mandíbula sobrecarregada de um só lado. Dessa forma, os músculos do pescoço, e a seguir da coluna cervical, acompanham esse novo posicionamento na tentativa de compensar o desvio causado na boca.



Uma das razões desta ligação tão íntima entre a coluna e a ATM são as fáscias - fina camada fibrosa que cobre grupos de músculos. Essas fibras acabam ligando superficialmente partes distantes do corpo, que aparentemente não têm relação nenhuma.


A fáscia superficial cervical, por exemplo, liga a mandíbula até a pelve, e a nuca (coluna cervical) até o quadril. (SOUCHARD, OLIVER, 2001). Assim, as tensões são transmitidas passando de uma estrutura próxima para a mais distante ao longo de uma cadeia dessas fibras que cobrem os grupos de músculos.



Funcionalmente, a coluna cervical, a ATM e a oclusão dos dentes (mordida) estão intimamente relacionadas. O mau funcionamento ou posição de uma delas pode afetar a função ou posição das outras. Por exemplo, a alteração na posição da cabeça, modifica a posição mandibular, acometendo assim a oclusão (mordida). A desordem tanto nos músculos da mastigação quanto nos músculos cervicais pode facilmente alterar este equilíbrio.


Quando a mandíbula se encontra fora da posição correta, pode ocorrer alteração na posição do crânio e sua relação com a coluna cervical. Com isso o paciente pode ter dores na face, dores de cabeça e dores irradiadas na coluna, principalmente na região cervical (BRICOT, 2004; STEENKS; WIJER, 1996). 


Como tratar
Terapia Oclusal 
Realizada por dentistas com formação específica nesta área , preferencialmente especialistas em ATM, reabilitação oral e ortodontistas. O tratamento mais utilizado é o uso de placas miorrelaxantes em acrílico, com o objetivo de desprogramar a musculatura mastigatória tensa. 
Este tipo de tratamento normaliza a atividade muscular permitindo que a própria musculatura leve a mandíbula a uma posição adequada, reduz ou elimina sinais e sintomas das desordens de ATM. As placas são também utilizadas para proteger os dentes nos casos de apertamento dos dentes por tensão e bruxismo (ranger os dentes).





Tratamento psicológico e/ou psiquiátrico
A ansiedade, a tensão e o estresse podem produzir alguns hábitos prejudiciais que algumas vezes a própria pessoa nem percebe. Ranger os dentes (bruxismo), apertar ou travar a mordida e roer unha são exemplos desses hábitos parafuncionais. 
Contrair excessivamente os músculos, consciente ou inconscientemente, causa danos criando um ciclo vicioso de dor/estresse/dor. Essa dor constante produz mudanças de comportamento do paciente que passa a estar irritado por qualquer estímulo, observando neles mudanças no comportamento, sentimentos e pensamentos e por tanto em cada aspecto de suas vidas. Geralmente estes pacientes são depressivos e têm transtorno de humor com freqüência (OKESSON,J.P. 1998).





Tratamento fonoaudiológico
O objetivo é adequar a tonicidade e mobilidade muscular adaptando as funções estomagnáticas - sucção, mastigação, deglutição, fala e fonação - para que não haja a dor muscular tanto em repouso como no movimento e para que este ocorra de forma coordenada e precisa, sem desvios da linha média no fechamento e/ou abertura da boca.


Tratamento fisioterapêutico
A fisioterapia tornou-se parte importante na abordagem interdisciplinar advogada no tratamento da dor e da disfunção associadas com a alteração de ATM. A fisioterapia tem como objetivo reposicionar a mandíbula para melhorar a função, minimizar a dor muscular, melhorar a amplitude de movimento, melhorar a postura, reduzir a inflamação, reduzir a carga na ATM e fortalecer os músculos da região cervical e da ATM.
A primeira medida fisioterapêutica consiste na educação do paciente a respeito da natureza do seu problema e da maneira para reduzir os sintomas, diminuindo a intensidade da atividade dos seus músculos mastigatórios. São ensinados ao paciente os exercícios para o relaxamento que deverão ser supervisionados pelo fisioterapeuta e realizados periodicamente pelo paciente.




Uma vida mais tranquila
Com certeza uma vida mais calma, boas noites de sono, boas relações afetivas, um trabalho que lhe dê prazer e realização pessoal contribuem muito para a diminuição do estresse. Problemas e dificuldades sempre existirão, o que pode mudar é como você lida com elas. Não deixe suas preocupações prejudicarem sua saúde. Tire férias, durma bem, passeie, curta a família, faça seu trabalho com capricho, goste do que você faz, ou então faça algo que goste. Os benefícios podem ser maiores e melhores do que você imagina.