terça-feira, 23 de novembro de 2010

Adoro Cozinhar



Adoro cozinhar. Gosto mesmo. Sempre achei verdadeira magia combinar os alimentos e transformá-los em outros, completamente diferentes e muito saborosos. Adoro sentir cada sabor, cada aroma. O ritual de por a mesa. Mas o que eu gosto mesmo é a expressão de felicidade dos meus convidados ao deleite do jantar que preparei com tanto carinho e cuidado. Ninguém precisa ser expert em culinária para isso. Eu também não sou.


Não importa se você é mulher ou homem. Há um ritual especial em escolher e comprar os alimentos, cortar, temperar, cozinhar e servir com capricho. É generoso. Para quem ainda duvida do prazer de preparar os alimentos e servir seus amigos e amores, aconselho assistirem ao filme "Como água para chocolate". Outro filme delicioso é a comédia "Julie & Julia". Baseado na autobiografia My Life in France, Julia Child (Meryl Streep) é autora de livros de culinária, e a jovem Julie Powell tem como desafio cozinhar as 524 receitas do livro de Julia, Mastering the Art of French Cooking. Ótimos filmes!

Confesso a vocês que poucas coisas me inspiram mais compaixão do que ouvir uma amiga dizer com orgulho que não sabe cozinhar ou que se sentem exploradas por ter que preparar os alimentos. Esforço-me para ficar em silêncio.  Não estou falando das pessoas que não gostam ou que preferem comprar alimentos prontos ou preparados por outras pessoas. Isto pode ser uma opção. O que acho muito triste é se vangloriar de sua falta de aptidão e desmerecer os que realmente tem prazer em servir sua família e amigos, como se fosse algo servil, antiquado.

Estou lendo um livro que esta sendo tão prazeroso quanto as raspas da panela de brigadeiro em dia de chuva... No livro "Papel manteiga para embrulhar segredos" a autora Cristiane Lisbôa usa a personagem Antônia para dizer que o movimento feminista deixou estrias profundas em algumas de nós. Segundo ela, muitas de nós jamais perdoaram quem aprendeu “a fazer bolo antes de entender o que significava submissão”.  Como se gostar de cozinhar “fosse uma vergonha, como se para ser uma mulher moderna eu precisasse mentir que não gosto de panos de prato.”

Com os compromissos diários de trabalho, nem sempre tenho tempo suficiente para me dedicar à cozinha. Os caprichos ficam para os finais de semana ou para as deliciosas visitas da Joyce, do Daniel, da Juliana e de alguns outros queridos amigos e familiares que frequentemente nos presenteiam com suas agradáveis companhias.

Não é verdade que apenas homem cozinhando tem algo de sensual e que mulheres na cozinha só lembram um universo doméstico. O que aconteceria se mulheres bonitas, divertidas e inteligentes conseguissem viver a culinária sem o peso da subserviência. Mulheres lindas, engraçadas e geniais, se ainda por cima cozinhassem, tornariam-se irresistíveis. Seria concorrência desleal demais para nos mortais!