Um gene que está
relacionado à resistência dentária à cárie foi descoberto em uma pesquisa inédita
desenvolvida pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O estudo identificou um forte componente genético controlando a resistência à cárie dentária, por meio de modelos matemáticos que tentam explicar o padrão de herança da doença.
Marcelo Mira e Paula Trevilatto: pesquisas visam à prevenção da doença
Imagem: Agência PUCPR
A pesquisa, coordenada pela professora do
Programa de Pós-Graduação em Ciências a Saúde da PUC/PR, Paula Trevilatto, identificou uma forma variante do gene de uma proteína denominada
lactotransferrina(LTF), que está associada à resistência contra a cárie. A LTF
está presente na saliva e desempenha ação antibacteriana contra a principal
bactéria associada à cárie, conhecida como Streptococus mutans. O estudo é
resultado da tese de Doutorado da aluna da PUCPR, Andrea Duarte Doetzer.
A universidade é referência no estudo da cárie. O estudo coordenado pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde, Marcelo Mira, identificou um forte
componente genético controlando
a resistência à cárie dentária, por meio de modelos matemáticos que tentam
explicar o padrão de herança da doença.
Segundo a pesquisa, pessoas que possuem
o alelo de suscetibilidade à doença apresentam uma média de dentes cariados
nove vezes maior do que as que possuem o alelo de proteção. A pesquisa foi
publicada no periódico internacional mais renomado da área de Odontologia, o
Journal of Dental Research.
Com
os resultados obtidos, a pesquisa recebeu o Prêmio Hatton, da Sociedade
Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO).
Os resultados da pesquisa são um avanço no entendimento da doença,
ajudando a preencher a lacuna sobre quantos e quais são os genes que
influenciam a suscetibilidade à cárie dentária. O estudo identificou uma forma
variante do gene de uma proteína chamada lactotransferrina (LTF), que está
associada à resistência contra a cárie. A LTF está presente na saliva e
desempenha ação antibacteriana contra o Streptococcus mutans, principal
bactéria associada à cárie. A pesquisa é resultado da tese de Doutorado da
aluna da PUCPR Andrea Duarte Doetzer.
A cárie dentária é a
maior causa da perda de dentes entre crianças e jovens no mundo. É uma doença
multifatorial e complexa, resultado da interação de aspectos relacionados ao
hospedeiro (como bactérias que colonizam os dentes e genes de expressão de
fatores salivares, proteínas do esmalte e relacionados ao sistema imunológico)
e ambientais (fatores socioeconômicos e comportamentais, como dieta e
higienização).